quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Ser ignorante dói?

Existe uma certa arrogância cretina que tem corrompido a sociedade nos últimos tempos. Algumas pessoas se sentem num nível intelectual inatingível e muito superior ao da "massa ignorante".

Veja o seguinte diálogo como exemplo:

- Cara, um amigo meu recomendou uma música do Led "Zeppelín". Você conhece a banda?

- Nossa velho, como você é burro! É Led "Zéppelin".

- Poxa cara, desculpa... - tentando apaziguar - E esse seu tênis da "Rebóque" novo, da hora, hein?

- "Rebóque"? Se pronuncia "Ríbuk", cara... - disse o rapaz com aquela expressão tipicamente blasé.

Eu quase fui confessar na Igreja pelos meus atentados contra a pronúncia da língua inglesa, afinal, é muito feio pronunciar errado. Só gente sem cultura fala assim. Tem que ser chique e falar a língua estrangeira corretamente em todos os seus detalhes.

Eu quase falei para o "amigão" do diálogo que é muito bonito saber inglês, mas ele errou no português ao colocar a partícula apassivadora "Se" no começo da frase. Pois é, tem gente que não sabe nem português, mas inglês tem que saber, né? É chique...

E assim fico feliz, pois percebo que o Brasil tem uma elite intelectual crescente e exigente, preocupada com os pequenos detalhes que permeiam a formação cultural de um povo.

Mas para quem, como eu, não foi tão bem favorecido financeiramente em outros idiomas e precisa parecer chique, aqui vão uns termos legais para usar na hora do aperto: em vez de “tempo”, use "time"; em vez de “enfim”, use "whatever" ou "anyway"; em vez de "puxa", use "oh, really?"; e em vez de “atualizar”, use “upgrade”. Esqueci de algum? Whatever...

E fiquem espertos com a pronúncia!

14 comentários:

Anakel13 disse...

A língua é uma constante mudança...

se fosse assim todos estaríamos pronunciando o latim corretamente..

LOL

e olha que eu já apanho muito do português... como todo estudante de letras!!

\o/

abraços

Seu Hélio disse...

Oh yes my dear, very good... Darwin nos diz que o erro é que gera uma mutação, é ele que faz o igual ser diferente, é o erro que lapida. Analogamente à evolução, a língua também sofre processo de mudança. Erra, modifica-se, enriquece-se, evolui. Quem, pergunto eu, está mais correto: aquele que erra na pronúncia e grafia, ou aquele que insiste em manter a língua estática?... Vide Guimarães Rosa...
"O maior poliglota não é aquele que conhece várias línguas, mas aquele que as sabe dentro de seu próprio idioma."

Anakel13 disse...

HUmm... estaríamos agora caminhando rumo aos dialetos?

Diferentes formas de linguagem perante um só idioma... Variações culturais e regionais que refletem na pronúncia e na grafia?

Caio Rudá de Oliveira disse...

A língua é uma constante mudança...

se fosse assim todos estaríamos pronunciando o latim corretamente... [2]

Nada mais certo do que isso. E questão de pronúncia é algo bastante relativo. Chega daquela velha noção de que se fala como se escreve. É ela que mantém o mito de que português é complicado. (Mais pareço o Bagno falando). A língua falada é diferente da escrita, e ninguém é obrigado a falar do jeito que alguns julgam ser o correto.

A questão da língua estrangeira também é complicada. Mesmo que um brasileiro pronuncie "Led Zéppelin", o que é aparentemente correto, a palavra não vai soar como se dita por um inglês, visto que os aparelhos fonadores são diferentes em cada indivíduos.

Anakel13 disse...

"E questão de pronúncia é algo bastante relativo. Chega daquela velha noção de que se fala como se escreve." (Concordo)

E olha que nós já passamos pelo período fonético!

A Questão aqui é... não podemos nos prender aos padrões da língua. Mesmo porque esses já não são seguidos à algum tempo não?
ou melhor *naum... (rsrsrs)

Isso não é um desprezo à forma coloquial não mesmo, mas como foi citado a língua é uma mutação. Sendo assim não podemos nos prender ao uso correto da língua.
Mesmo porque esse uso correto pode não ser compreendido talvez por esse "mito". Que eu aqui vou chamar de anormalidade comum da evolução!! rsrs

Os erros nos levam à mudança!!

...naum que todos vamus falar axxiimm!!

seja lá como eles escrevam incorretamente!!

A forma de se expressar através da língua varia de cultura pra cultura de região pra região! não vamos cobrar à um nordestino por exemplo pronunciar como um baiano ou como um gaúcho. Imagine cada um deles pronunciando "Led Zéppelin",como disse o amigo a cima!

Quanto à forma escrita essa sim merece discussão!

Gramática essa sim me assusta!

.leticia santinon disse...

Ao invés de dizer "- então?" diga "- so?"

E quando houver uma discussão você já começa assim "- para ser fair com você."

All right my dear?

Como existe gente idiota, né não?

Celeste Garcia disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Celeste Garcia disse...

O texto do Senhor Tablóide me fez despertar uma dúvida. Afinal, como é que se fala ‘check up’? Lê-se ‘chéc áp’ ou ‘chéc âp’?! o.õ

Eu sei que isso é idiotice, mas poxa, quando pergunto sobre essa expressão uns falam com ‘up’ fechado e outros, aberto. No final, acabo revezando um e outro; se eu errar um ao menos noutro acerto... :P

Como diria nosso respeitável presidente: ‘A Língua é uma metaRmofose ambulantO’.
(sim, ele queria dizer ‘metamorfose ambulante’...)
Mas como o pessoal disse aqui, a língua varia muito, inclusive a falada. Quantas vezes eu também já não cometi uma assassinato à pronúncia ou um erro gramatical banal? Levedo ou lêvedo? Catorze ou quatorze? ChiMpanzé ou chIpanzé?
Todas estão certas -ao menos é o que está aqui na gramática.
Tal como a mistura do Português (da Terrinha, ora pois!) com o ‘ritmo-brasileiro-caliente-de-ser’ fez surgir novas palavras, o cruzamento do Tio Sam com o Portuga também deve gerar novos ‘filhotinhos léxicos’. Tudo bem que às vezes o pessoal ‘avacalha’; mas sem ‘avacalhation’ nossa língua estaria tão mortinha e sem-graça quanto o Latim.

Obs: sobre o dito de Machado de Assis, você tem plena razão. Os problemas, de um jeito ou de outro, são as pimentinhas que nos fazem saborear o prato da vida. Se não tivéssemos ‘botas apertadas’, tudo seria mui maçante, não?

Um beijo, ‘Mister’ Tablóide ;) !

Stephany Belleza disse...

Tá aí o que eu acho a maior das ignorâncias...

é preferível saber falar direito e não ter nada de importante pra falar, nenhuma opinião formada.

é prová vel que qualquer tiozinho de bar tenha melhores opiniões sobre os assuntos realmente importantes do mundo, falando tudo errado, do que mtos desses que sabem falar inglês...

Bom afinal das contas eu vejo que minha avó que tava certa!

"Cada um desce do Burro pra lado que quer!"

Abraço!

MH disse...

Minha empregada, a DA GUIA, jura que existe Problema e Pobrema. Diz ela que um é interno..o outro é externo...coisas de Da Guia

Seu Hélio disse...

http://www.auquemia.blogspot.com

Confira as novidades do blog!!! Novos posts e serviços...

Anônimo disse...

Vai começar a defender malaco que não sabe falar direito, então!! Cadê a frieza de análise comum da fundação deste blog?

Tudo vira bosta, mesmo...

Seu Hélio disse...

Meu amigo Sr. Tablóide, citei você em meu mais recente post de meu blog. Convido-lhe a lê-lo. Obrigado...

http://www.auquemia.blogspot.com

Viviane Souza disse...

Muito bom o seu texto... bem verdade usar termos em língua estrangeira parece chique para muitos, mas na verdade em muitos casos são alienados em "Brasil" e como isso é triste e inculto...